Histórico
VILLAS BÔAS, Sérgio Ricardo.
Histórico do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo: Sua
Atuação, Influência e Repertório. 2009, TCC (Graduação Bacharel em
Clarinete), Faculdade Mozarteum de São Paulo, São Paulo.
HISTÓRICO DO CORPO MUSICAL
DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
SUA ATUAÇÃO, INFLUÊNCIA E REPERTÓRIO
Faculdade Mozarteum de São Paulo
2009
HISTÓRICO DO CORPO MUSICAL
DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
SUA ATUAÇÃO, INFLUÊNCIA E REPERTÓRIO
Trabalho apresentado como parte dos requisitos para conclusão
do curso de musica, sob a orientação
da Profª Ms. Miriam Carpinetti
Faculdade Mozarteum de São Paulo
2009
AGRADECIMENTOS
À Deus, porque a sua benignidade dura para sempre.
Aos que amo, esposa, filha, pais, irmãos, amigos, que acreditam em meus sonhos e projetos.
À Profª. e Orientadora Ms. Miriam Carpinetti, pela confiança e dedicação.
A todas as pessoas que participaram, contribuindo para realização deste trabalho, direta ou indiretamente, meu agradecimento.
RESUMO
HISTÓRIA DO CORPO
MUSICAL DA POLÍCIA
MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO -
SUA ATUAÇÃO, INFLUÊNCIA E REPERTÓRIO
Aluno:
Sérgio Ricardo Villas Boas. Orientadora: Profª Ms. Miriam Carpinetti.
Esta pesquisa reúne informações sobre o Corpo Musical da
Polícia Militar do Estado de São
Paulo, que em 2009 completou 152 anos de existência. Os objetivos deste trabalho são: obter informações dos corpos
musicais militares, seus regentes, sua produção
fonográfica desde 1895 e tornar públicos estes dados para informação da população em geral. Esta pesquisa é
justificada pela escassa literatura existente. Os autores Laura Della Mônica, Jair Mellone e Antonio Gonçalves
Meira embasaram este trabalho.
Também foram colhidos
dados no curso de aperfeiçoamento de oficiais e no
Centro de Comunicação Social do Corpo Musical. Entrevistamos o comandante do Corpo Musical, o chefe do
Centro de Comunicação Social e dois integrantes
do coral masculino, o cantor mais antigo e o pianista. Em dois capítulos foram abordados os seguintes assuntos:
contextualização histórica das corporações militares e seus corpos musicais desde o período
colonial, no primeiro;
e informações detalhadas sobre
os distintos corpos musicais criados, seus regentes e repertório, focalizando melhor o Corpo Musical, no segundo capítulo.
Como resultado, apresentamos
dados inéditos, ao elencar todos os comandantes do corpo musical desde a sua origem, os regentes do Coral Masculino desde
sua fundação. Para o acervo do Corpo
Musical, esta pesquisa mostra o legado de registro histórico abrangente, com informações colhidas em
primeira instância pelo autor, que servirão
de referência para futuros trabalhos. Este registro também facilitará o conhecimento e reconhecimento, por parte do público
interno da Polícia Militar, dos seus corpos musicais
estáveis, que são a Banda Sinfônica, as Seções de Banda, a Camerata, o Coral Masculino e a Jazz Band.
Palavras-chave: 1. Bandas Militares; 2. História do Corpo Musical
da Polícia Militar;
3. Joaquim
Antão Fernandes.
ABSTRACT
MUSICAL HISTORY OF THE BODY OF THE MILITARY POLICE OF THE STATE OF SÃO PAULO - YOUR PERFORMANCE,
REPERTORY AND INFLUENCE
Student: Sérgio Ricardo Villas Boas. Advisor:
Prof. Ms. Miriam
Carpinetti.
This survey gathers
information about the Musical Corps of Military Police of São Paulo, which in 2009 completed
152 years of existence. The objectives of this study is
to obtain information from military music bodies, their rulers, their music
production since 1895 and to publish
these data to inform the public in general. This research is justified by the scant literature. The
authors Laura Della Monica, Jair Gonçalves Antonio
Mellone Meira and served as the basis of this work. Also data were collected in the course of training of officers and
the Center for Media Corps Musical. We interviewed
the commander of the Corps Musical, the head of the Center for Media and two male members of the choir, the
oldest singer and pianist. In two chapters dealt
with the following issues: the historical background of military corporations
and their body’s music from the
colonial period, the first, and detailed information about the different music
bodies set up, their conductors and repertoire, focusing
on the best Musical Body in the second chapter. As a result, we present unpublished data, to listing all
the commanders of the musical since its inception, the rulers of the Male Choir since its inception. For the
collection of the musical, this research shows the legacy of comprehensive historical record, with information collected
in the first instance by the
author, who will serve as reference for future work. This record also facilitate understanding and recognition
by the public internal military police, their
bodies music stable, which is the Symphonic Band, Band Sections of the
Camerata, the Male Choir
and Jazz Band.
Keywords: 1. Military
bands; 2. History of the Corps of Military Police Musical 3. Joaquim Anthony
Fernandes.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Maestro Antão Fernandes.................................................................................. 17
Figura 2: Banda Sinfônica e Coral.................................................................................... 29
Figura 3: Marchas e Dobrados
1........................................................................................ 31
Figura 4: Marchas e Dobrados
2........................................................................................ 31
Figura 5: 1895 à 1925 – Major Joaquim
Antão Fernandes........................................... 33
Figura 6:1925 à 1926 – Capitão Benedito de Assis Lorena.......................................... 33
Figura 7: 1926 à 1931 – Capitão Chiarelli........................................................................ 33
Figura 8: 1931 à 1933 - Major Joaquim
Antão Fernandes............................................ 33
Figura 9: 1933 à 1939 – Capitão José Machado............................................................. 34
Figura 10: 1939 à 1953 – Major Antonio
Romeu............................................................. 34
Figura 12:1956 à 1967 – Major Alcides Jácomo
Degobbi.............................................. 34
Figura 12:1956 à 1967 – Major Alcides Jácomo
Degobbi.............................................. 34
Figura 13:1967 à 1980 – Major Rubens Leonelli............................................................ 34
Figura 14:1980 à 1983 – Capitão
Nelson dos Santos.................................................... 34
Figura 15: 1983 à 1984 – Capitão
Francisco Cabrerisso............................................... 35
Figura 16:1984 à 1990 – Major João Antão Fernandes................................................. 35
Figura 17:1990 à 1991 – Major Antonio
Domingos Sacco............................................ 35
Figura 18:1991 à 1994 – Major Rodolfo Antonio
Cosignan.......................................... 35
Figura 19:1994 à 1997 – Major Roberto Vendramini...................................................... 35
Figura 20:1997 à 2006 – Major
Antonio Carlos Martins Fernandes............................ 35
Figura 21:2006 à 2009 – Major Jonas Vicente
de Oliveira............................................ 36
Figura 22: Seções de Banda.............................................................................................. 36
Figura 23: Coral Masculino................................................................................................. 39
Figura 24: Camerata............................................................................................................. 42
Figura 25: Jazz Band........................................................................................................... 45
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 8
CAPÍTULO 1- TEMA
1.1 CRIAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR
DO ESTADO DE SÃO PAULO.................. 9
1.2 O CORPO
MUSICAL DA FORÇA PÚBLICA..................................................... 11
1.3 CRIAÇÃO DA GUARDA CIVIL............................................................................. 12
1.4 O CORPO MUSICAL DA GUARDA CIVIL.......................................................... 15
1.5
MAESTRO ANTÃO FERNANDES
– 1º COMANDANTE
DO CORPO MUSICAL........................................................................................... 17
1.6
UNIFICAÇÃO E SURGIMENTO DA POLÍCIA MILITAR
E
SEU CORPO MUSICAL........................................................................................ 24
1.7
CRIAÇÃO DA GUARDA
CIVIL METROPOLITANA E
SEU CORPO MUSICAL........................................................................................ 27
CAPÍTULO 2 - VARIAÇÕES
2.1 BANDA SINFÔNICA.............................................................................................. 29
2.1.1
CRONOLOGIA DOS COMANDANTES.................................................... 33
2. 2 SEÇÕES DE BANDA............................................................................................ 36
2.3 CORAL MASCULINO............................................................................................. 39
2.4 CAMERATA............................................................................................................. 42
2.5 JAZZ BAND............................................................................................................. 45
CONCLUSÃO........................................................................................................................ 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................. 48
INTRODUÇÃO
A história do Corpo Musical, sua
atuação, influência e repertório, não podem ser
esquecidos, e esta é uma das nossas preocupações, para que possa haver mais registros sobre esta tão significante
corporação, e que seja evidenciada para as futuras gerações toda esta trajetória e progresso.
O Corpo Musical foi construído por meio
da história e influência que exerce nas
várias entidades e indivíduos devido ao serviço que se propõe. Por isso é necessário que se reúna documentos que
enriqueçam o arquivo do Corpo Musical, facilitando
assim, a realização de
pesquisas e estudos.
Esse trabalho entrou
no mundo específico da Banda da Polícia, contemplou as suas particularidades, desde o momento em que foi criada no
dia 07 de Abril de 1857.
A Banda da Policia, assim como as demais
bandas militares, têm um papel estratégico
na vida dos soldados e também da sociedade. Estas corporações, que já se apresentaram para milhões de pessoas
em diversos locais, deveriam tornar-se referência
na cultura nacional, através de uma maior integração com a sociedade civil, como: escolas, universidades,
comunidades carentes, entre outras; levando a
boa música por meio
de seus vastos repertórios e de suas
discografias.
As bandas militares são entidades culturais sem fins lucrativos e possuem uma riqueza muito grande de informações a
serem exploradas, além de um amplo repertório que inclui milhares
de partituras, algumas
ainda manuscritas, e também um imenso arquivo
discográfico.
No primeiro capítulo reunimos
informações sobre a origem da Polícia Militar e de seu Corpo
Musical; abordamos assuntos
sobre a criação da Guarda
Civil e de sua
banda de música; pesquisamos sobre o Major Antão Fernandes, que foi uma figura de relevante
valor para o Corpo Musical
da Polícia Militar;
pesquisamos também sobre a
unificação da Força Pública com a Guarda Civil e a criação da Guarda Civil
Metropolitana e seu Corpo
Musical.
No segundo capítulo
falamos sobre os grupos que constituem o Corpo Musical
da Polícia Militar,
a saber: Banda Sinfônica, Seções de Banda, Coral Masculino, Camerata e Jazz Band.
CAPÍTULO 1- TEMA
1.1 CRIAÇÃO DA POLÍCIA
MILITAR DO ESTADO
DE SÃO PAULO
Segundo
MELLONE (1986, p.28), a história
que marca o nascimento da Polícia
Militar confunde-se com os acontecimentos mais importantes da história do Brasil, estando assim, a partir de sua
criação, sempre ligada e presente a todos os
fatos decisivos que envolveram a Pátria.
No início do século XIX, como
conseqüências das invasões francesas, que assolaram
Portugal, a família real portuguesa, juntamente com sua Corte, decidem mudar-se para o Brasil. Aqui chegando, a
Corte instalou-se na cidade do Rio de Janeiro,
iniciando a reorganização do Estado no dia 11 de março de 1808, com a nomeação
de ministros.
Segundo CASTRO (1974, p. 277-278), a
vinda da família real para o Brasil acabou
por levar Dom João VI a criar, em 13 de maio de 1809, a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia, ou simplesmente Guarda Real de Polícia, a exemplo daquela existente em Lisboa, tornando-se o
embrião da Polícia Militar Fluminense, a começar pela Corte, à época a cidade do Rio de Janeiro. A independência desorganizou a Guarda Real de Polícia, que
era composta em sua maioria por portugueses,
ficando a segurança da cidade a cargo das chamadas milícias1 que, embora fossem continuadoras da Guarda, não
desempenhavam suas funções a contento.
Os Corpos Militares de então eram
constituídos de fuzileiros, caçadores e voluntários,
num aglomerado de pessoas fardadas e sem a responsabilidade que demanda de um compromisso ou juramento
firmado. Foi então que a regência, em 9 de
outubro de 1831, baixou lei que criava o Corpo de Municipais Permanentes da Corte e autorizava que fosse feito o mesmo
nas províncias. As Guardas Municipais foram criadas juntamente com a Guarda Nacional.
A Guarda Nacional apesar de sua
amplitude nacional, sua atuação era eminentemente local e municipal, atuando excepcionalmente fora da província, como corpo destacado
para o serviço de guerra. Seus serviços podiam ser
solicitados pelas autoridades civis a quem os
guardas estavam subordinados: juízes de paz, juízes criminais, presidentes da província e o ministro da justiça.
A Guarda Nacional
substituía o lugar dos corpos
de milícias e ordenanças, que foram extintos. Era a reorganização
da antiga Guarda Real de Polícia, mas era também a certidão
de nascimento das polícias
militares dos estados
brasileiros.
Em 15 de outubro de 1831, em São Paulo, foi sancionada uma lei na Assembléia
Provincial2, que criou o Corpo de Guardas Municipais Permanentes. Essa lei foi proposta pelo presidente da província, Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar. Estava fundada a Polícia Militar
do Estado de São Paulo, em atendimento ao Decreto
Imperial baixado pelo Regente
Feijó.
O presidente da província, Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar tornou-se
patrono da corporação. Estava, pois, criado o primeiro embrião do que é
hoje a Polícia Militar Paulista.
Segundo o Centro de Aperfeiçoamento e
Estudos Superiores – CAES, da Polícia
Militar do Estado de São Paulo, a Lei de 1º de outubro de 1831, criou as diretrizes que nortearam a fundação do
primeiro núcleo da corporação militarizada. Tal lei não fora feita apenas para a Corte, ela previa as necessidades de policiamento
das Províncias do Império, autorizando o Governo da Província a criar um Corpo de Guardas Municipais, voluntário, a pé e a cavalo para manter a tranqüilidade
e auxiliar a justiça. Segundo DELLA MONICA (1975, p. 28), essa lei foi sancionada a 15 de outubro do mesmo ano. Transcrevemos
a seguir a referida lei:
“Fora proposta sua organização
pelo Presidente da Província de São Paulo,
Brigadeiro Raphael Tobias de Aguiar, em sessão ordinária do Conselho do Governo da Província, realizada a 15 de
dezembro do mesmo ano, à qual estavam presentes, além do Brigadeiro, os demais conselheiros: José Manuel de França,
Francisco Almeida Ferreira do Amaral, José Matheus d’Abreu, José Pedro Galvão de Moura Lacerda e o Secretário do
Governo, Joaquim Floriano de Toledo.
O nascente Corpo Municipal Permanente de São
Paulo compunha-se de 130 homens distribuídos em uma companhia de infantaria e uma seção de cavalaria, com
trinta soldados comandados por um tenente”.
(DELLA MONICA, 1975, p. 28)
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2 No Brasil, a Assembléia Legislativa de uma Unidade
Federativa (Estado) é o órgão
de representação do Poder Legislativo através dos deputados. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Assembléia_provincial)
Dentro da província e, futuramente do
Estado de São Paulo, a Polícia Militar, assim
como o Corpo de Bombeiros, a Guarda Nacional, a Marinha e Exército fixo, faziam parte da Força Pública
de São Paulo.
A Polícia Militar,
denominada inicialmente como Guarda Municipal
Permanente, passou a receber com o decorrer do tempo, vários nomes, a
saber: Corpo Policial Permanente, Corpo Policial Provisório, Corpo Policial
Permanente pela segunda
vez, Força Policial Urbana,
Força Pública, Brigada Policial, Força Policial, Força Pública novamente
e, até o momento, Polícia Militar.
1.2 O CORPO MUSICAL DA FORÇA PÚBLICA.
Segundo
DELLA MÔNICA (1975, p.26), em 1800, eram realizadas feiras
públicas no Campo da Luz, no coreto ali existente, que é conservado até
nossos dias, com algumas
remodelações. Os músicos dos Corpos Militares tocavam durante a noite
para atrair e distrair o público.
Em 1843, o Corpo Municipal Permanente da
Província de São Paulo, através de seu Oficial Ajudante,
Major Joaquim Antonio
Fernandes, comunicou ao Presidente
da Província a existência, no corpo do seu comando, de alguns soldados que eram músicos. Por isso, solicitou
autorização para organizar uma banda de cornetas.
Embora
não oficializado, possuía
o Corpo, a essa época um grupo de músicos,
que, sem prejuízo
de suas tarefas normais, dedicavam-se à música formando uma banda.
Finalmente, em 1856, em expediente oficial,
o Comandante Joaquim
de Souza Cananéa
solicitou ao Presidente da Província que uma banda fosse organizada com a estrutura
de permitir atender,
prontamente, as ordens do Excelentíssimo Governador. Por isso,
propôs que a atual banda fosse reformada, contratando
soldados que nela prestariam serviços atuando unicamente na área musical, fazendo com que houvesse um
engajamento de vários civis que, nessa condição
se oferecessem voluntariamente para servir. Dessa maneira, assegurou ao Governador, a boa organização da mesma banda e o seu bom andamento, sujeitando-se os soldados nela empregadas às revistas e ensaios cotidianos, embora dispensadas de outras tarefas do pessoal de fileira.
DELLA
MÔNICA (1975, p.28),
informa que somente
em 1857, ano seguinte ao da solicitação oficial, o pedido do
Comandante do Corpo foi encaminhado à Assembléia Provincial. Foi então acolhido
e regulado pela Lei n° 575, que no artigo 5°estabelecia:
“Fica aprovada desde
já a criação da banda de música existente no Corpo dos Municipais Permanentes, sendo ela composta
de um mestre, com graduação de primeiro sargento e soldo
correspondente ao mesmo, e 17 músicos
com o soldo e mais vantagens dos soldados, não podendo serem empregados em serviços estranhos à
músicas”. (DELLA MÔNICA, 1975, p.28)
Os ensaios eram então realizados na
antiga Rua do Quartel, e no local onde se ergue hoje o Palácio da Justiça. No último quartel
do século passado,
o antigamente conhecido como
Largo do Colégio, e posteriormente como Pátio do Colégio, foi ajardinado e transformado em dependências do Palácio do Governo. Seu espaço, cercado de muros e grades,
era aberto ao público, aos domingos, para assistirem
as retretas 3 da banda de música. Os paulistanos daquela época
ficavam entusiasmados quando a banda
aparecia pelas ruas da cidade, bem como quando, aos domingos, apresentava concertos públicos nos locais acima
citados, como está registrado por Aluísio de Almeida, citado por DELLA
MÔNICA (1975, p. 37).
“Nos primeiros anos
da República a Banda de Musica da Polícia Militar tornou-se a melhor do Estado. Nas noites de gala, abriam-se as
janelas iluminadas do Palácio, entrevendo-se aqui debaixo as casacas, as comendas, os galões, os peitilhos engomados, os vultos femininos”. (ALMEIDA, 1975 apud DELLA MÔNICA,
p. 37)
1.3
CRIAÇÃO DA GUARDA CIVIL
Segundo MELLONE (1986, p.53), no
início do século XX, em razão da Lei 491, de 29 de dezembro de 1896, a
estrutura policial do Estado de São Paulo contava
com uma Brigada Policial, com 3 Batalhões de Infantaria, 1 Regimento de Cavalaria, 1 Corpo de Bombeiros, 1
Companhia de Guardas Cívicas da Capital e 1 Companhia de Guardas Cívicas
do Interior. A Brigada Policial,
antigamente conhecida como
Corpo Permanente, depois como Força Pública, tinha por função o serviço
de manutenção da ordem e da segurança
na Capital, em Santos e em
![]() |
3 Retreta: Concerto
de uma banda de música
em praça pública.
(MINIDICIONARIO AURELIO DA LINGUA
PORTUGUESA, 2008, p. 706)
Campinas. A Guarda Cívica do Interior, por sua vez, tinha a
função de policiamento de todo o Estado,
com exceção do que era mantido pela Brigada Policial.
A Brigada Policial estava sob as ordens
diretas do Presidente do Estado. A Guarda
Cívica do Interior estava subordinada ao Secretário da Justiça e a Guarda Cívica da
Capital subordinava-se ao Chefe da Polícia.
Com o advento da Lei nº 580, de 29 de
Agosto de 1898, a Guarda Cívica do Interior
passou a denominar-se Corpo Policial do Interior. A Lei nº 776, de 28 de junho de 1901, fez surgir a Força Policial
do Estado, integrada por 4 Batalhões de Infantaria,
um Corpo de Cavalaria, um Corpo de Bombeiros e uma Guarda Cívica da Capital. Surge então o Comando Geral da
Corporação. Á Guarda Cívica competia o policiamento
da Capital. Pela Lei 2051 de 31 de Dezembro de 1924, foi extinta a Guarda Cívica, com seus dois corpos, passando
a receber a denominação de Batalhões. Em 1926,
deu-se a criação da Guarda
Civil de São Paulo.
As raízes da origem
da Guarda Civil estão fincadas na epopéia do Forte de Copacabana, no célebre 05 de Julho de 1922. 4 A
história documenta com absoluta
fidelidade, que aquele movimento foi rapidamente abafado, todavia seu espírito não morreu. Revivendo
aquele evento, ocorreu a Revolução de 1924,
onde o principal instrumento de operação militar dos revolucionários foi a Força Pública de São Paulo, tendo
como figura principal o então Major Miguel
Costa, fiscal do Regimento de Cavalaria.
No dia 05 de Julho de 1924, a unidade montada da Força Pública,
com a totalidade de seu efetivo, 600
homens, tendo à frente o Major Miguel Costa, iniciou o movimento. (MALVÁSIO,1967, p. 37, apud MELLONE, op. cit.
p. 54).
Em meio à saraivada da artilharia,
explodia a cólera de um governante que se sentia
ofendido, humilhado, acuado e desmoralizado pela sua própria corporação militar, suporte da segurança de seu governo. Era o chefe traído, o presidente desarmado. Tratava-se, pois, de Carlos de Campos. Nos primeiros
momentos da luta, o Presidente do Estado permaneceu no Palácio dos Campos Elíseos.
Depois ele se transferiu para
a Secretaria da Justiça, no Largo do Tesouro. Mas esse prédio constituía um ótimo alvo para a artilharia
revolucionária. O Tenente Eduardo Gomes comandou
o seu primeiro tiro. O bombardeio feriu com rigorosa
precisão o alvo a que se destinava. A eficiência demonstrada fez com que o Presidente Carlos de
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4 A Revolta do Forte de Copacabana,
em 1922, foi o primeiro movimento militar armado, que pretendeu tirar do poder as elites
tradicionais e esboçou
a defesa de princípios modernizadores, refletindo o descontentamento com a organização política e econômica da época e
características peculiares da formação do exército brasileiro. (http://www.passeiweb.com/saiba_mais/fatos_historicos/brasil_america/revolta_18_forte_copacabana).
Campos abandonasse a sede do Governo, retirando-se com seus
auxiliares para a localidade de Guaiaúna.
Segundo
MELLONE (1986, p. 54), Miguel Costa, enviou através de um portador
uma carta a Carlos de Campos, na qual se responsabilizava pelas decorrências da resistência. Depois de dominada
a Capital de São Paulo pelo Governo,
os revoltosos se deslocaram para o interior,
dando origem à Coluna Revolucionária, mais conhecida como
“Coluna Prestes” que depois de percorrer vários
Estados do Brasil, internou-se em território boliviano, a 3 de fevereiro de
1926, encerrando suas atividades revolucionárias.
O governo de Carlos de Campos, que conseguiu
sair ileso dessa histórica revolução, passou a defrontar-se com sérios problemas, resumindo-se em dois campos: o primeiro, referente
à segurança pública,
e o segundo, vinculado a estrutura da chamada política
dos governadores.
Em relação à segurança pública, com a
entrada das forças legais da Capital de
São Paulo, a 28 de Julho de 1924, aconteceu a reorganização militar da Força Pública,
sendo as duas unidades de Guarda Cívicas,
transformadas em dois Batalhões Militares
de Infantaria, com a designação de 6º e 7º Batalhões
de Infantaria. Na ânsia de
aniquilar a Força Pública, o governo deixou a Capital sem policiamento, talvez para melhor
justificar a criação de uma nova policia fardada. Assim, o policiamento da Capital ficou completamente sem
comando, ressentindo-se profundamente
da falta de seus guardas, motivo pelo qual houve multiplicações de assaltos,
roubos e assassinatos.
Em relação à chamada política dos
governadores, o Governo procurou cercar- se
de maiores garantias, visando, conseqüentemente, a criar uma nova força
policial que fosse mais obediente, que inspirasse maior confiabilidade, que fosse um instrumento exclusivamente seu. Assim, na desordem imposta
por sucessivos movimentos revolucionários, o Governo
do Estado pretendia
contar com sua corporação,
isto é, homens armados que garantissem a sua orientação política. Em São Paulo esta medida não chegou a se
concretizar, como ocorreu, por exemplo, no Rio
Grande do Sul.
Voltando ao campo da segurança pública,
o Governo criou, provisoriamente a Legião
Paulista, corporação efêmera, formada por homens despreparados e que não conseguiu se firmar. Em seguida, toma corpo a idéia de se criar uma corporação sem caráter militar,
mas formada e preparada dentro
de rígidos padrões
militares,
inclusive armada com fuzis. E assim nasceu a Guarda Civil
de São Paulo, criada pela Lei 2141, de 22 de outubro
de 1926, com efetivo de 1000 homens uniformizados.
O modelo obedecido foi o da Polícia de Londres, a mais eficiente da época.
1.4 O CORPO MUSICAL
DA GUARDA CIVIL
Segundo MELLONE (1986, p. 56-57) em
meados de 1928, o Dr. Antonio Pereira
Lima, Diretor do Policiamento, conseguiu criar a Banda de Música da Guarda Civil,
realizando seu antigo sonho. Constituía-se a Corporação de apenas 25 componentes,
as mesmas que nas horas vagas se reuniam e faziam ensaios e apresentações. Nesse ano a
Banda da Guarda Civil inicia seus sucessos.
O Corpo Musical da Guarda Civil foi
criado pelo Presidente do Estado, Dr. Júlio
Prestes de Albuquerque, tendo como Chefe de Policia o Dr. Mário Bastos da Cruz e como Diretor da Guarda Civil, o Dr.
Antonio Pereira Lima, o qual, como foi dito,
em 1928, consegue criar uma organização musical, realizando seu acalentado sonho.
O efetivo da Banda de Música, na sua fundação,
era de apenas 25 componentes. No ano de 1933, teve o seu
efetivo elevado para 45 músicos. Seu quadro
foi aumentado gradativamente. Desde sua fundação, vinha apresentando concertos sinfônicos e populares. A
principal finalidade da Banda de Música era promover apresentações oficiais, o que não impedia,
entretanto, de tocar em solenidades e festejos de caráter religioso
e particular. A Banda de Música apresentava-se com organização exemplar,
pois, dado o seu passado, seu nome tornou-se
conhecido até no exterior.
O último regente da Banda de Música foi
o Inspetor Chefe, Maestro Américo Mincarelli, que nunca poupou esforços para o aprimoramento do conjunto, cultivando, dentro de uma criteriosa
tarefa, a elevação de nível, disciplina e seu
desenvolvimento técnico e artístico. Em 1931, ocupa o cargo de Diretor
da Banda da Guarda Civil
o Maestro Carlos
Lombardi, que marcou sua atuação
por um período de diversas
atividades, contribuindo para o realce daquele conjunto
musical. É importante que se conste que, na criação
da Banda da Guarda Civil em 1928, o músico da Força Pública,
Miguel de Marca,
foi comissionado, a fim de estruturar e
orientar o desenvolvimento dessa Banda. Em 1934, a Guarda
Civil, entusiasmada com o trabalho de
De Marca à frente de sua corporação musical, resolve prestar-lhe uma homenagem, bem merecida, comissionando-o ao posto de Inspetor, correspondente ao 1º Tenente
da Força Pública.
Nesse mesmo ano, pelo Decreto-Lei nº
6885 de 29 de Dezembro, ficou aberto o alistamento de candidatos, com destinos à Banda de Música da Guarda Civil.
A Banda de Música da Guarda Civil era subordinada diretamente ao Comando da Guarda Civil e destinava-se a
audições de caráter oficial, social e beneficente. Em 1947 eram realizados, com freqüência, concertos
sinfônicos e demonstrações públicas. Com 208
componentes, somados aos 120 músicos que pertenciam à Banda Marcial,
era encarregada de dar concertos sinfônicos, bem como abrilhantar solenidades cívicas oficiais, religiosas e sociais, sempre que requisitadas pelas autoridades competentes. Quanto à Banda Marcial, mais conhecida
como Fanfarra, era constituída de tropa que exercia dupla atividade. Os seus integrantes pertenciam ao efetivo da
Divisão de Reserva. Nas ocasiões de grandes
competições esportivas, apresentava-se o conjunto em evoluções rítmicas, em exibições públicas, executando músicas
marciais e de exaltação cívica. Uma vez terminadas as evoluções, todo o contingente era aproveitado, ato contínuo, no policiamento
da mesma praça de esportes.
O Decreto nº 47332 de 08 de dezembro de 1965,
baixa normas para a Banda da Guarda Civil, pela última vez antes da unificação das duas polícias:
Art. 1º - A Banda de Música,
diretamente subordinada ao Comando da Corporação,
para efeito de serviço, e, a um agrupamento de divisão, para efeitos
administrativos, é destinada
a audição de caráter oficial,
social e beneficente, e terá a seguinte organização:
I – Grande
Banda – todo o efetivo;
II – Cinco
Seções – de forma
a poderem tocar, separadamente e em conjunto.
A Banda contava naquela época com um
efetivo de 208 músicos e com um corpo diretor
integrado pelos seguintes
maestros: Américo Mincarelli, Norberto Florindo, Amâncio
Maestrelo, Francisco Gabriel,
Orlando Murari, Francisco
Cabrerisso, Adriano dos Reis
e Altamiro Morais.
1.5 MAESTRO ANTÃO FERNANDES
– 1º COMANDANTE DO CORPO MUSICAL5
Figura 1: Maestro Antão Fernandes. Fonte:
DELLA MONICA, 1975, p. 90.
Joaquim Antão foi o nome que ele recebeu
na pia batismal. Filho de Antonio Rodrigues
da Silva, fluminense de Barra Mansa, e de Maria do Carmo, mineira de Três Pontes, nasceu em
17 de Janeiro de 1864, na cidade de Batatais.
Órfão de pai desde muito cedo, de origem
pobre, em uma época em que a escravidão
era a máquina do progresso, foi sendo criado
por sua mãe.
Aos oito anos de idade, foi matriculado
na escola do mestre Caetano por sua mãe.
Joaquim Antão Rodrigues da Silva era o seu nome de família, porém, o mestre Caetano, o matriculou, a inteira revelia,
com o nome de Joaquim Antão Fernandes Leão,
causando protestos da mãe de Antão, mas de nada adiantou, os pobres nessa época não tinham muitos
direitos.
Aos dez anos de idade terminou o curso,
ingressando a seguir, na escola do mestre Leonardo,
onde iria também iniciar-se
na música.
Em 24 de agosto de 1876 sua genitora
faleceu. Foi então acolhido por uma tia que
passado alguns dias resolveu entregar-lhe à direção do mestre de música, que o acolheu em sua residência.
Iniciava-se então a sua odisséia.
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5 FERNANDES, Joaquim
Antão. Autobiografia. São Paulo, 27 de maio de 1943.
Antão já fazia parte da banda. Na casa
do mestre ele era o que mais sofria, por qualquer
motivo era castigado
e muitas vezes era castigado
sem motivos, desempenhava várias funções, já estava
exausto. Aos 16 anos não suportou mais aquela situação, fugiu para a casa do seu padrinho,
coronel Joaquim Alves da Costa, contou-lhe o que estava acontecendo
e a intenção de não voltar. Passou a morar
com o seu padrinho, o que muito
lhe alegrou, pois assim estava livre da terrível
tutela do mestre Leonardo. Esse sonho durou uma semana. Passado esse tempo a sua madrinha, Helena, convidou-o
para ir até a fazenda deles, ocasião em que
ela lhe disse que ele ficaria lá por algumas semanas. Lá na fazenda começou a ajudar os escravos desde a matança de
animais até a colheita na roça, desiludido e
cansado, disse ao padrinho do desejo de não regressar à fazenda, pois
não se adaptava àqueles serviços.
Mais uma vez foi atendido, ficando com residência na casa dos padrinhos, para serviços leves, vender leite e algumas
quitandas na rua, por determinação de sua madrinha.
A sua situação
melhorou muito, porém pouco durou. Algumas vezes ele saía á
noite e voltava de madrugada, desarrumando a cama, para não notarem a sua ausência. Em uma dessas saídas o seu
padrinho, precisou ir à fazenda, procurou-o de
madrugada, sem encontrá-lo, deixou um amável recado. Quando Antão chegou e com o cuidado de sempre procurou
disfarçar o seu passeio noturno, a sua madrinha que estava a sua espera, foi até o seu quarto fazendo-lhe ficar
ciente do recado do padrinho: o primo
Joaquim (como ela o chamava) mandou dizer a você que procure onde morar, porque ele não quer ser incomodado por sua
causa.
Antão saiu pelas ruas da cidade
carregando uma trouxa de roupas, ficou perambulando
sem destino, quando vinha a noite, pousava na casa dos conhecidos. O mestre ainda zangado não lhe chamava
para tocar, a vida ia se tornando mais e mais difícil.
Foi então que tomou uma decisão, ir embora para qualquer lugar.
Silenciosamente tomou a estrada da Casa Branca,
depois de passar por um pequeno
mato, atravessava o córrego do Lageado, quando ouviu o sino da cadeia badalar uma hora da madrugada. Esse toque
tão conhecido tomou feição diferente para
ele. Parecia mais sonoro, pensou em retornar, aquele sino parecia a voz da sua terra, pedindo para que ele voltasse.
Chegou a retroceder alguns passos, porém, a triste
lembrança da sua vida deu-lhe forças para prosseguir viagem. As oito horas, mais ou menos, passava por Mato Grosso de
Batatais, hoje Altinópolis, o sol já ia esquentando. Alguns
quilômetros à frente avistou uma fazenda. Eram por volta
de
nove horas, cansado
deitou-se em um pranchão colocado
perto de um curral. Minutos depois lhe apareceu uma preta
velha para quem ele contou a sua
vida, a boa velhinha penalizada ouviu
toda a sua história e em seguida perguntou-lhe se ele estava com fome, a resposta foi afirmativa, ela se retirou e
voltou com uma cuia, trazendo o seu almoço, feijão,
arroz, couve picadinha à mineira
e torresmo.
Satisfeito a sua fome, preparou a
partida, agradecendo a humanitária velhinha
com o clássico “Deus lhe pague” despediu-se e foi em direção a cidade de
Cajurú, onde chegou ao anoitecer e dormiu
na porta da igreja.
Caminhou dois dias e duas noites. Em
Casa Branca, imediatamente procurou um
conhecido de nome Flausino, que morava retirado da cidade, à beira da estrada, estabelecido com um pequeno negócio.
Contou-lhe a sua odisséia e a seu convite ficou morando
com ele, em caráter provisório, até conseguir um meio de vida. Flausino, porém, aproveitando-se da
situação não demorou em ocupar-lhe à seu serviço. Percebendo estar sendo explorado, retirou-se de sua casa e foi para o centro da cidade à procura de emprego.
Encontrou trabalho em uma cocheira, para tratar
de alguns animais, o emprego não era ruim, mas em virtude da falta de competência foi demitido no mesmo
dia.
Cansado de perambular pela cidade, parou
em uma esquina, em frente a um modesto
prédio, um negócio de secos e molhados. Foi ali que conheceu o soldado Maximiano, pela terceira vez contou a sua
história, acrescentando a vontade de encontrar um trabalho que pudesse adaptar-se, pois era músico.
Depois de conhecer a sua história, o soldado
convidou-lhe para almoçar em sua casa e após a
refeição aconselhou-me para ingressar no Corpo de Permanentes, pois sendo músico poderia pertencer à banda de
música. O soldado Maximiano que viria a ser seu grande orientador, apresentou-lhe ao Sr. Alferes
(comandante do destacamento), que sabendo ser ele músico
o tratou com consideração, preparou uma
guia para ele seguir no dia imediato, acompanhado pelo soldado Maximiano, para ingressar no destacamento, onde ficaria
como corneteiro, visto tocar trompete.
Satisfeito com a nova fase, no dia
seguinte embarcou com o Maximiano para alistar-se
com destino ao destacamento de Casa Branca. Chegando à Estação da Luz, seguiram para o quartel
do Corpo de Permanentes,
que era no Largo do Carmo,
sendo, então, apresentado ao oficial. O Maximiano regressou e ele ficou aguardando ser chamado.
Foi então quando apareceu seu segundo
protetor, o sargento Moreira, que foi comandante
do destacamento de Batatais durante dois anos, e o reconheceu. O sargento disse que o apresentaria no outro dia ao mestre da banda de música.
No dia seguinte, 31 de agosto de 1880,
foi apresentado ao mestre da banda de
música, que julgando em condições, o levou à presença do major fiscal do Corpo, o qual determinou a um sargento que lhe
apresentasse no dia seguinte, 01 de setembro.
Recebeu todo o fardamento. Fardado,
apresentou-se ao mestre da banda que perguntou qual o instrumento que ele tocava.
Notando que entre os músicos
presentes ninguém tocava bombardino, presumiu ser esse de pouca
importância e respondeu ser esse o
seu instrumento, omitindo o trompete que realmente tocava. O castigo não se fez esperar. O mestre
mandou o arquivista distribuir as partes da Sinfonia do Guarani na estante, entregou-lhe o bombardino e indicou onde ele deveria sentar, com a batuta deu o sinal
de execução. Não conseguiu tocar. Faltou embocadura
e o fracasso foi completo. Foi classificado no último trombone. Assim passaram-se os meses. Num sábado, dia de
ensaio geral, visto a banda tocar todos os domingos
no Jardim da Luz, o mestre
recebeu aviso do primeiro trombone,
informando não poder trabalhar, por se achar adoentado. Não havia tempo
para ensaiar outra peça para substituir uma fantasia da ópera Salvador Rosa.
Antão pediu para fazer o primeiro
trombone, o mestre lhe entregou a parte e não
se arrependeu, terminada a execução foi elogiado pelo mestre. Do sexto lugar passou à
solista de trombone
e bombardino.
O comandante
da companhia perguntou-lhe se ele era
parente do senador por Minas Gerais, Joaquim Antão Fernandes
Leão, explicou-lhe que o sobrenome Fernandes
Leão fora dado pelo mestre da escola de Batatais. Em virtude desse incidente, foi apelidado “senador”
pelos músicos. Esse apelido obrigou-lhe a, envergonhado, requerer
para assinar Joaquim
Antão Fernandes, no que foi atendido.
Em 1885 foi promovido ao posto de segundo sargento
contramestre da banda. Em 1886, por ocasião da visita do
imperador à província de São Paulo, a banda
de música fez parte da comitiva até Ribeirão Preto e Batatais, indo ele como regente, visto o mestre se achar de licença.
Em agosto de 1888 obteve a
sua baixa por conclusão de tempo.
No início do ano de 1889 apareceu em sua
casa o alemão, João Zeltner, que, em nome da diretoria do Clube 13 de Maio da Vila de Santo Amaro, veio lhe convidar para ensinar e ensaiar a banda de
música daquele clube. Mudou
para Santo Amaro, indo morar no prédio onde estava instalado o clube.
Em 1891, já casado, deixou o lugar de
mestre da banda para negociar junto com
o seu sogro, que havia lhe dado sociedade. O negócio não prosperou, e ele resolver
voltar para a Polícia.
À 18 de outubro de 1892 regressava no primeiro batalhão,
pois era sua intenção
seguir carreira para oficial. Foi promovido ao posto de primeiro sargento em 1893, foi procurado no ano seguinte pelo
tenente-coronel comandante do quinto batalhão,
Vicente Lucidoro, que o convidou para ocupar o lugar de mestre da banda de música do seu batalhão.
Em 1895, quando a banda tocava regularmente, em conversa com o comandante, sobre bandas de música, o
mesmo perguntou-lhe se era possível duas bandas
em conjunto tocarem uma peça de música. Respondeu afirmativamente e ainda adiantou que não só duas como cinco, dez ou mais bandas, poderiam
executar em conjunto uma peça. Admirado e com certo interesse perguntou
se ele seria capaz de apresentar um
concerto com várias bandas. Diante da sua afirmativa o assunto foi levado ao conhecimento do comandante-geral,
Coronel Silva Telles, que determinou fossem todas as bandas colocadas à sua disposição.
Para organizar o conjunto ele separou
208 músicos e deu início aos ensaios, no
antigo quartel de linha, como era chamado, hoje Tribunal de Justiça. O concerto foi fixado para o dia 15 de novembro no
Largo do Palácio, hoje Pátio do Colégio. O governo,
Dr. Bernardino de Campos, mandou erguer um coreto que media por volta de 50 metros de comprimento, por 6 de largura.
Na véspera, dia 14, foi promovido e no
dia, regeu o concerto com os 208 músicos, sendo cumprimentado pelas autoridades presentes.
Continuou a fazer as retretas no coreto
do Jardim do Palácio, nas quintas- feiras,
domingos e feriados. Por ocasião de uma dessas retretas achava-se entre os espectadores o Dr. Eugênio Egas que
interessado pela banda, o convidou para comparecer
em seu escritório, o que foi feito no dia seguinte. Trocaram idéias sobre programas e peças de músicas a serem
executadas pela banda, tais como as de Beethoven,
Wagner e outros. Depois disso, iniciou o ensaio de músicas desses clássicos, já com a idéia de apresentar concertos por ocasião das retretas.
No governo do Dr. Campos Salles, a seu
pedido foi armado um coreto em forma de anfiteatro no Largo do Palácio.
No início do ano de 1898, o Dr. Eugênio
Egas, lembrou ao Presidente do Estado da necessidade de mandar Antão à Itália.
Tendo o Dr. Campos Salles
aprovado a idéia do Dr. Egas, no mês de abril
daquele ano ele seguiu para a Itália.
Na cidade de Firenze, depois de um mês
de estadia, fez amizade com alguns mestres
de bandas militares, entre eles Giuseppe Colucci. Conheceu o maestro brasileiro, Henrique Oswaldo, por quem foi apresentado ao maestro Antonio
Scontrino, professor de contraponto da R. A. de Música de Firenze, com
quem estudou durante todo o tempo que esteve na cidade das flores. Em Roma foi recomendado pelo maestro Antonio
Scontrino ao maestro
Marchetti, diretor do Conservatório
Santa Cecília, e ainda conheceu o maestro Vessella, diretor da banda municipal de Roma, que franqueou a entrada
de Antão na sala de ensaios enquanto esteve
na cidade de Roma.
Em maio de 1899, de regresso à Pátria,
Antão desembarcava no porto de Santos. Recebeu
ordens para organizar
a Banda da Força Pública.
reuniu os diversos músicos e selecionando organizou
uma banda nos moldes da Municipal de Roma,
com o efetivo de 60 músicos, dividida em duas seções para o serviço comum de batalhão, só reunindo as mesmas
para os concertos sob a sua
regência.
Na Capital Federal, em 1908, realizou
diversos concertos, sendo um deles clássico, com músicas de Bach, Beethoven
e Wagner. A banda nessa ocasião
venceu o concurso realizado, recebendo como prêmio uma batuta de marfim,
que foi entregue pelo jornalista
Alcindo Guanabara. Em 1909, organizou juntamente com o fabricante de instrumentos, José D’aló, um concurso de bandas em
benefício da estátua à Carlos Gomes,
realizado no Jardim da Luz. Por contratos e também por ordem do governo,
apresentou diversos concertos
nas cidades de Santos, Campinas,
RibeirãoPreto, Piracicaba, VilaAmericana, SantoAmaro, Taubaté, Pindamonhangaba, entre outras. Por
determinação do governo, no ano de 1911, seguiu
com a banda e mais cornetas e tambores, formando um conjunto de 120 componentes, para a cidade de Batatais, para realizarem alguns concertos. Em umas das noites,
após o concerto, recebeu das mãos do Dr. José Arantes Junqueira uma medalha de ouro, com expressiva dedicatória, oferecida pelos seus conterrâneos. Grande foi a sua satisfação, há anos saiu daquela cidade sem paradeiro, sem valia, e era nessa ocasião,
alvo de tão carinhosa homenagem.
Dia 7 de setembro de 1922. O Brasil comemorava 100 anos de independência.
Foi o dia de maior glória em toda sua vida pública. Por ordem do governo organizou um concerto nas margens
históricas do Ipiranga, em frente ao monumento.
Sob a sua regência a Banda da Força Pública,
quatro bandas do interior,
a banda de clarins (à cavalo), bandas de cornetas
e tambores, 4000 escolares,
500 soldados, executaram o Hino Nacional Brasileiro e o poema sinfônico “O Centenário”, escrito, a seu pedido,
pelo maestro Savino De Benedictis, letra de Henrique Macedo,
para comemorar o primeiro centenário. Antão, o caipira
de Batatais, que a pé se
aventurara pelo mundo, era o autor desse feito, que lhe honrou como músico e brasileiro.
Em junho de 1924 a revolução comandada
pelo General Isidoro deflagrou quando se achava em casa. Não voltou ao quartel senão no dia em que os revoltosos abandonaram a Capital. Quando
ele voltou ao quartel recebeu voz de prisão,
pois foi acusado de ser revolucionário. Ao saber deste fato o capitão Favila, do Exército, intercedeu a seu favor
alegando que ele não era revolucionário, logo em seguida foi posto em liberdade. Apresentou-se novamente ao
quartel para o serviço, sendo
informado que o novo inspetor da banda a partir de então era o Tenente Lorena, e ele deveria aguardar novas ordens,
deste momento em diante começou a ser
perseguido e coagido, não superou essa fase e decidiu pedir a sua reforma. Com a necessidade de sustentar a sua família
passou a ensinar música e afinar piano, até
a revolução de 1930. Nesse mesmo ano, foi procurado pelo General Miguel
Costa para reassumir a banda, aceitou
e empregou toda sua energia e capacidade para o ressurgimento da banda de música e já em 1931, sob a sua
direção, tomou parte na Exortação
Cívica, organizada e dirigida pelo maestro Villa Lobos. Em janeiro de 1932 foi promovido ao posto de Major.
Na revolução de 09 de julho, o
comandante geral entregou o quartel aos cuidados
do 2º tenente auxiliar da banda, quando por direito deveria ser entregue à ele, procurou saber o motivo, porém, nada
conseguiu saber à respeito da atitude tomada pelo comando.
O Major Joaquim Antão Fernandes foi
reformado sem saber o exato motivo, soube
que houve um complô do qual fizeram parte o tenente auxiliar e mais 4 músicos,
não soube ao certo qual foi a acusação que pesou sobre a sua pessoa, sem abrir sindicância para apurar a veracidade do caso, qual machadeiro inculto,
cujo prazer supremo é destruir, não vacilou em um só golpe,
derrubar um velho jequitibá, contando quase meio século de serviços prestados ao Estado (48 anos).
Em 1939, no centenário de Batatais, foi
convidado pelo Dr. José Arantes Junqueira, prefeito
da cidade, para reger as bandas de música locais,
que executaram entre outras
peças o Hino a Batatais, de sua autoria e letra do poeta professor Antonio Nogueira Braga, cantado por cerca de 3000
escolares, diante do edifício da
prefeitura. Doou à sua terra uma batuta de ébano, presente feito pelo Dr. Rodrigues Alves às bandas de música que
tocaram no Catete, quando Presidente da República.
Encerrando esta síntese da sua vida,
ele confessou não alimentar rancor aos que
procuraram transformar o seu viver. Estava contente com o que pôde realizar, embora fosse impedido
de fazer muito mais. Os que foram seus inimigos
declaradamente ou não, tudo
fez para esquecer, e aos que lhe auxiliaram, lhe iniciaram e dirigiram para o progresso
ele rendeu a sua gratidão.
Soldado Maximiano, sargento
Moreira, tenente-coronel Vicente Lucidoro, Dr. Eugênio Egas, entre outros, jamais os esquecerá, com
terna reverência pronunciará seus nomes, marcos
luminosos da estrada da sua vida.
1.6 UNIFICAÇÃO E SURGIMENTO DA POLÍCIA MILITAR
E SEU CORPO MUSICAL
Segundo MELLONI (1986, p. 68-70), há
muito tempo sentia-se a necessidade de
uma reorganização do organismo policial militar brasileiro, para se estabelecer uma unidade nos Estados da Federação e no
próprio Distrito Federal. Necessitava- se de uma providência unificadora do Governo
da União. O Sr. Presidente da República
providenciou essa unificação através da promulgação do Decreto-Lei nº 217, publicado no Diário Oficial da União
em 8 de abril de 1970. Nos termos desse diploma,
nos Estados, como no Distrito Federal, só podia haver, daquela data em diante, uma organização policial-militar
fardada para manter a tranqüilidade pública e
auxiliar a justiça. No cumprimento desses imperativos legais, o Governo
Bandeirante baixou as normas
necessárias de sua competência, reunindo a Força Pública e a Guarda
Civil em uma só Corporação, com o nome de Polícia
Militar do Estado
de São Paulo.
A fusão, a união, a integração das duas
corporações, Força Pública e Guarda Civil, foi sedimentada sem maiores problemas. Os integrantes das duas milícias
iriam formar uma só organização, compreenderam que se tratava de uma
medida objetivando o interesse
público. Visando ao bem comum,
obrigou a imposição de sua aceitação. E foi aceita
sem restrições.
Se as coisas relativas à integração da
tropa, congregando elementos para missões
difíceis e complexas, ocorreram dentro de um clima altamente positivo, não viria a ser diferente a unificação das
duas Bandas de Música. E realmente não o foi.
Coube ao Major Maestro Rubens Leonelli, comandante do Corpo Musical da
Força Pública, na qualidade de
anfitrião, a delicada tarefa de contatar com os maestros da Banda de Música da Guarda Civil. Reuniões
foram, pois, realizadas, percebendo-se, desde
logo, que os entendimentos caminhavam sem dificuldade. Finalmente, certa manhã, o Major Leonelli dirige a palavra
aos novos colegas: “Em meu nome e no de todos
os músicos da Banda da antiga Força Pública, recebemos os nossos colegas da Banda da antiga Guarda Civil de braços
abertos e com o coração pulsando de contentamento.
Sede bem-vindos, esta casa é vossa”.
Dias depois as duas bandas das antigas
milícias de Piratininga, envergando o mesmo
uniforme, fundiram-se na grande e vigorosa Banda de Música da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Os músicos
verdadeiros se entendem, ora pela palavra, ora através de melodias, pela comunicação universal
transmitida pela música. Os músicos que compunham as Bandas
da Força Pública e da Guarda Civil eram
irmãos que trabalhavam separados mas unidos por um mesmo e grande ideal, a arte
de Carlos Gomes.
Dessa unificação resultou o Corpo
Musical da Polícia Militar, constituído de uma
Banda Sinfônica e 6 Seções. O efetivo da Banda da Guarda Civil com 208 músicos funde-se ao Corpo Musical da Força
Pública, com 219 músicos, unificados perfazendo-se
um total de 427 músicos. O Diário Oficial de 09 de abril de 1970 publicou
o Decreto-Lei nº 217, declarando que todos os integrantes da antiga Guarda Civil foram apostilados na nova Corporação, recebendo iguais postos e graduações. Como não podia deixar de ser,
os maestros da banda de música, no tocante ao quadro de oficiais
foram apostilados nos postos
correspondentes na Força Pública.
Sem dúvida alguma o maestro
Leonelli ficou muito feliz com a integração, pois os músicos
que vieram engrossar
as fileiras dessa banda, preencheram naipes existentes que estavam defasados, dando oportunidade para
que as programações pudessem ser executadas com grande vantagem.
Dessa forma partiu
ele para a reestruturação da banda. Vejamos:
1-
retornou
os instrumentos bassflicorno (sax horn barítono);mandou fazer dois especialmente para a boa execução de
certas peças cuja partitura exigia
aqueles instrumentos;
2-
substituiu as trombas baixas pelos
trombones a pisto, substituição essa de grande
vantagem sobre aquelas;
3-
substituiu os souzafones pelos
bombardões (saxhorn baixo); 4- substitui o gênis pela trompa;
5- os contra-fagotes, agora
evidenciados, reforçam, com felicidade, a região subgrave da gama musical;
6 - e algo de grande importância: afinou
a banda na altura do atual diapasão.
E assim, a Banda Sinfônica
encontrou-se no grande rol de executar, a qualquer
instante, em qualquer lugar, colaborar com as orquestras sinfônicas do mundo. Há que se ressaltar que em razão da
fusão, o Coral, integrante da Banda da Guarda Civil,
também passou a somar nas apresentações da Banda da Polícia Militar
com grande brilhantismo.
Leonelli faz transcrições para a banda,
de óperas, sinfonias e outras peças, tarefa
essa que já se dedicava desde quando era 1º sargento. “É preciso representar com fidelidade a voz humana ou a do
instrumento, o que foi escrito para orquestra”, diz o maestro. Depois de ter feito transcrição dos 2º e 3º
movimentos do Concerto de Grieg,
prepara-se para fazer
a da obra de Mozart, Sinfonia
nº 40.
Segundo DELLA MÔNICA (1975, p.
113-114;117), em 1971 o maestro Major Rubens
Leonelli, tomou uma iniciativa de inegável valor. Reuniu em um LP gravado pela Banda Sinfônica da Polícia Militar os
hinos nacionais do mundo, os de seu repertório
e, os que não possuía, conseguiu nas embaixadas dos países acreditados junto ao
governo brasileiro. Deu-se à gravação o nome de “HINOS DO MUNDO”.
1.7 CRIAÇÃO DA GUARDA
CIVIL METROPOLITANA E SEU CORPO MUSICAL
Segundo pesquisas efetuadas no site da
Prefeitura de São Paulo, a Guarda Civil Metropolitana, foi criada em 15 de setembro de 1986 pelo Prefeito Jânio da Silva Quadros,
e tem como missão a proteção de bens, serviços e instalações municipais,
conforme previsto no Art. 144 da Constituição Federal. A Guarda Civil Metropolitana é uma corporação
uniformizada e armada para trabalhar em contato com a população. Foi fundamentada nas leis municipais 10.115 e 10.272,
respectivamente de setembro de 1986 e abril de 1987, sob a filosofia de
vigiar os próprios municipais e colaborar com a segurança
pública, na forma da lei. Incorporada
à Secretaria Municipal de Defesa Social, a Guarda previa um efetivo de no máximo 5000 pessoas para seu
funcionamento e sua coordenação ficava a cargo
do Tenente Coronel do Exército Brasileiro, José Ávila da Rocha. De
acordo com o artigo 7º da Lei 10.115,
as despesas decorrentes do exercício dessa Corporação seriam administradas com orçamento próprio.
A Guarda Civil Metropolitana atua em
toda a Capital e tem como principal órgão gerenciador da política de ensino, o Centro
de Formação em Segurança Urbana (CFSU), Responsável pela formação,
aperfeiçoamento e capacitação dos servidores da Guarda Civil Metropolitana, com 600 horas/aula, conforme as diretrizes da matriz curricular do
Ministério da Justiça. O Centro de Formação em
Segurança Urbana é dinâmico porque propõe soluções
às novas atribuições exigidas para a carreira e reforça os conhecimentos adquiridos através de pesquisas, de tal forma, que o guarda saia
da sala de aula, com condições ideais à sua
nova missão constitucional ou seja, uma atuação integrada com os órgãos de segurança pública nas esferas federal e
estadual, mais eficaz, preventiva e próxima da
comunidade paulistana.
A Guarda Civil Metropolitana conta
também com uma Corregedoria Geral independente.
Um espaço democrático aberto à população, e que tem as atividades pautadas na justiça e no respeito aos
princípios básicos que regem a Corporação. A
Guarda se faz presente
em todas as regiões da cidade e tem como principais atividades, os seguintes programas:
Proteção Escolar, Recuperação e Controle de Espaços de uso público, Proteção às pessoas em situação de risco, além de
operações e programas através
do Gabinete de Gestão Integrada, Gabinete de
Segurança em conjunto
a outros órgãos
e da União, que atuam e contribuem na área da segurança
pública e urbana.
A Guarda Civil Metropolitana possui um
corpo musical com uma banda e um Coral.
A banda musical da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo foi criada em 1988, e regulamentada pelo Decreto 28.586
de 8 de março de 1990. Atualmente conta
com 35 componentes e um repertório variado que vai da música popular brasileira até o erudito; além dos
clássicos como Glenn Miller e Ray Coniff. Entre os instrumentos, destacam-se: flautas,
oboés, clarinetas, saxofones, trompetes, trombones,
tubas, e os de percussão, como pandeiro, afoxé, bombo e triângulo.
A banda se apresenta em eventos da
Corporação, inaugurações de Obras Públicas, Câmara Municipal, Assembléia Legislativa, exposições, escolas,
aniversários de cidades,
apresentações no Centro de São Paulo e também em
concertos comemorativos tais como: Aniversário da Corporação, Natal. etc.
Realiza há 4 anos uma parceria com o
Hospital do Servidor Público Municipal, onde
todas as terças-feiras, mulheres portadoras de câncer de mama e pacientes com Síndrome de Dor Crônica, integram o
Coral e juntos ensaiam algumas músicas que
são apresentadas a seguir aos pacientes internados, usuários e funcionários.
O Coral da Guarda Civil Metropolitana
foi criado em 24 de outubro de 2001 no comando
operacional leste, incorporando-se posteriormente à banda musical, onde vem se aprimorando tecnicamente, melhorando dia-a-dia
a qualidade de suas apresentações. Com um repertório bastante
diversificado, o Coral apresenta-se com músicas
populares, nacionais, internacionais, regionais, folclóricas e música sacra. A participação do Coral da Guarda Civil
Metropolitana em diversas ações sociais tem colaborado
na diminuição da violência urbana e melhoria da qualidade de vida de pessoas carentes e doentes. Atualmente, o
Coral tem como seu maestro o Classe Distinta
José Carlos Milanez e como preparador vocal o GCM 1ª Classe Davi Bastos dos Santos, respectivamente.
A Banda tem como regente,
o Guarda Civil
Metropolitano Valdyr Aguiar
Filho.
A Banda Musical e o Coral estão sob a
gerência do Departamento de Esporte e
Cultura que tem como Inspetora Chefe
Regional Deise Cristina Sorocaba.
CAPÍTULO 2 - VARIAÇÕES
2.1 BANDA SINFÔNICA
Figura 2: Banda Sinfônica e Coral
Fonte: Centro de Comunicação Social
do Corpo Musical,
2005
Segundo
informações pesquisadas no Centro de Comunicação Social do Corpo Musical, por intermédio do 2º
Tenente Edmilson Dias Quintella, a Banda Sinfônica
do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, foi criada no final do século XIX, pelo comandante do corpo musical,
Major Joaquim Antão Fernandes,
que idealizou a formação da banda sinfônica.
A Banda Sinfônica
da Polícia Militar
é considerada patrimônio histórico- cultural paulista
e tem como característica a execução de peças eruditas
e populares, diferindo
de uma orquestra pelos instrumentos utilizados em sua formação, contando
com 58 componentes.
As bandas militares
ou civis, quando chegam ao seu máximo
desenvolvimento, denominam-se ás vezes Banda Sinfônica, caso em que incorporam
oboés, fagotes, vários gêneros de clarineta, adicionando ainda cordas como violoncelos,
contrabaixos, outros metais como a
trompa e vasta percussão.
A Banda Sinfônica da Polícia Militar é
um instrumento de difusão da cultura e, também, um veículo poderoso
de relações públicas.
A Banda Sinfônica amplia significativamente esse alcance, à medida que vai realizando espetáculos
pelas cidades, divulgando uma parte
da Polícia Militar,
desconhecida por muitos.
A
Sinfônica da Polícia coloca-se entre as maiores bandas
militares brasileiras, a saber: da Academia
Militar das Agulhas
Negras, do Corpo de Fuzileiros Navais, da Academia da Força Aérea, do Corpo de
Bombeiros do Distrito Federal e a Banda Sinfônica
do Exército.
Um dos objetivos
do comando da Polícia Militar,
através da Banda Sinfônica, é fazer da música um bem comum, como
parte das atividades culturais da Polícia Militar, estabelecendo um elo artístico
e cultural com a sociedade
brasileira, constituindo
verdadeira alavanca estratégica para a difusão da música. O comando do Corpo Musical tem como meta atingir o
público interno da Polícia Militar com apresentações
no auditório do Corpo Musical para os policiais e seus familiares, assim como também concertos didáticos para
crianças e jovens, além de concertos em
teatros e praças com repertório de obras nacionais e internacionais, com a participação de solistas e corais convidados, e ainda realização de apresentações em escolas e universidades, divulgando um lado da polícia desconhecido por muitos.
O local de ensaio da Banda Sinfônica
é o auditório Antão Fernandes, localizado na Rua Jorge Miranda,
367-A – Luz, São Paulo.
Os ensaios ocorrem de 2ª à 6ª feira das 08:00 horas
às 16:00 horas.
A Banda Sinfônica
é dividida em 04 seções, a saber:
Madeiras: clarinetas, oboés, flautas, flautin, clarones, fagotes e saxofones;
Metais: trompas,
trompetes, trombones, euphonium, tubas; Percussão: tímpanos,
bombo, pratos, caixas, acessórios e teclado;
Cordas: Contrabaixos Acústicos.
O repertório realizado pela Banda
Sinfônica é bastante eclético, executando obras nacionais, internacionais, popular e erudito. A sinfônica executa
muitas marchas do compositor
José Barbosa de Brito, inclusive gravou 2 CDs só com composições dele. Ingressou como músico na Força Pública em 1934
e encerrou carreira em 1959, foi
autor de mais de 300 composições. Escreveu uma marcha intitulada Presidente Eisenhower e no dia 03 de setembro de 1954 recebeu
a seguinte carta de um compatriota:
“Ilmo Sr.
José Barbosa de Brito. Prezado Compatriota.
Como Diretor do Departamento de Assuntos Culturais
da União Pan- Americana
tive o prazer de pessoalmente e através de nossa seção de música,
prestigiar o concerto
que a banda dos Fuzileiros Navais dos Estados Unidos deu no Aztec Gardens, na
noite de ontem, e no qual, como primeiro número,
foi tocada a marcha de autoria de V. Sª, intitulada “Presidente Eisenhower”.
A marcha foi muito bem interpretada e conquistou
entusiásticos aplausos. O locutor da noite antes anunciou o número, disse quem era o seu autor e qual tinha sido
a intenção do título da composição.
Queira aceitar em meu nome, os
mais efusivos cumprimentos e congratulações pelo seu triunfo,
deste seu compatriota”. (Érico
Veríssimo, 1954)
Figura 3: Marchas e Dobrados 1 Fonte:Centro de Comunicação Social
do Corpo Musical,
1997
Figura 4: Marchas e Dobrados 2 Fonte:Centro de Comunicação Social
do Corpo Musical,
2005
A sinfônica também executa marchas do
renomado compositor John Philip Sousa,
tais como: Semper Fidelis, El Capitan, Washington Post, King Cotton, The Star and Stripers
Forever entre outros.
John Philip Sousa faleceu em 1932, recebeu
o título de “Rei da Marcha” e teve em Hollywood a sua biografia
transformada em filme: “A Marcha Triunfal”
(1952), no original
“The Stars and Stripers Forever”.
Para quem despreza uma banda militar e a
classifica como inferior a uma orquestra,
John Phillip Sousa disse: “Inferior, nunca! Apenas diferente! Em arte não há hierarquia. O critério de valor é
o efeito artístico”. (MEIRA, 2000, p. 44).
Segundo
pesquisas efetuadas na internet o regente Vinicius
Mariano Carvalho, em seu
trabalho sobre História
e tradição da Música Militar diz que, muitos dos compositores chamados de “clássicos”
escreveram para banda militar e muitos destes foram mesmo músicos
militares. O exemplo
maior é do russo Rimsky-
Korsakov, que foi músico da marinha russa e escreveu diversas
composições para bandas militares,
dentre as quais se destacam suas duas suítes para trombone e banda e seu concerto para corne-inglês e
banda. O húngaro Franz Lehár foi outro que
foi músico militar e escreveu para esta formação. Ludwig Van Beethoven e Carl Maria Von Weber escreveram ambos também
uma marcha para banda militar. Felix Mendelssohn Bartholdy
escreveu uma Ouverture
fur Harmoniemusik op. 24 e Trauermarsch
para banda de música. No século XX o inglês Gustav Holst escreveu duas suítes para banda militar e Paul
Hindemith escreveu, Creole Suíte;Brockhaven e
March in Bflat from music for Band 1927. Além destes, também escreveram para esta formação: Barber, Grieg, Honegger,
Charles Ives, Palmer, Prokofiev, Richard Strauss e Gottschalk, autor ainda da famosa fantasia
para piano sobre o Hino Nacional Brasileiro.
Sob inspiração militar
não podemos nos esquecer de diversas outras composições, entre elas um grande número de Richard
Wagner, a conhecida
Marcha Militar de Schubert e a Abertura
1812 do russo Peter Tschaikowsky, composição que utiliza trechos do hino nacional francês, a
Marseillaise, e como instrumentação acrescenta o uso de canhões para descrever uma batalha.
Villa-Lobos tem sua conhecida “Invocação
em Defesa da Pátria” em versão para
banda, para todas as óperas de Carlos Gomes há uma fantasia para banda de música (à propósito, Carlos Gomes iniciou
seus estudos de música em uma banda). Outro
que escreveu muito para banda de música foi o autor do Hino à Bandeira, Francisco Braga, que também foi músico
militar. Dele temos talvez o mais conhecido
dobrado militar brasileiro, o “Barão do Rio Branco”. Em virtude da
profusão de sua produção para banda, ganhou a alcunha
de “Chico dos Dobrados”. Outra composição
extremamente conhecida no meio militar do Brasil é a canção “Fibra de Heróis”, de Guerra Peixe.
Além disso são produzidos partituras através da iniciativa dos próprios componentes do Corpo Musical, que transcrevem, fazem arranjos e compõem.
A primeira apresentação da banda
sinfônica foi realizada em 15 de novembro de
1895, após o maestro Antão Fernandes congregar as bandas e conseguir reunir 208 músicos para a realização do concerto no Pátio do Colégio. Como sistemática de trabalho do Corpo Musical os maestros
titulares da Banda Sinfônica são seus respectivos
comandantes. A seguir temos a cronologia de todos os maestros e comandantes do Corpo Musical de 1895 até nossos dias.
2.1.1
CRONOLOGIA DOS COMANDANTES
Figura 5: 1895 à 1925 – Major Joaquim Antão Fernandes
Figura 6:1925 à 1926 – Capitão Benedito de Assis Lorena
Figura 7: 1926 à 1931 – Capitão Chiarelli
Figura 8: 1931 à 1933 - Major Joaquim
Antão Fernandes
Figura 9: 1933 à 1939 – Capitão José Machado
Figura 10: 1939 à 1953 – Major Antonio Romeu
Figura 11:1953 à 1956 – Major Antonio Bento da Cunha
Figura 12:1956 à 1967 – Major Alcides Jácomo Degobbi
Figura 13:1967 à 1980 – Major Rubens Leonelli
Figura 14:1980 à 1983 – Capitão
Nelson dos Santos
Figura 15: 1983 à 1984 – Capitão
Francisco Cabrerisso
Figura 16:1984 à 1990 – Major João Antão Fernandes
Figura 17:1990 à 1991 – Major Antonio Domingos Sacco
Figura 18:1991 à 1994 – Major Rodolfo Antonio Cosignani
Figura 19:1994 à 1997 – Major Roberto Vendramini
Figura 20:1997 à 2006 – Major Antonio Carlos Martins Fernandes
Figura 21:2006 à 2009 – Major Jonas Vicente de Oliveira
Fonte:
Centro de Comunicação Social
do Corpo Musical,
2009
Assumiu em 23 de março de 2009 – Capitão Renato Maximiano da Silva
2. 2 SEÇÕES DE
BANDA
As seções de banda são grupos menores que realizam variados tipos de serviços, internos e externos à corporação.
Figura 22: Seções
de Banda
Fonte: Centro de Comunicação Social
do Corpo Musical,
2006
Sobre a constituição das bandas Singiz
em seu Dicionário de Música, nos dá as seguintes informações:
Segundo SINGIZ (1947, p.75), no
princípio do século XVIII, os instrumentos musicais
militares eram charamelas, cornetas, clarins, trompas, fagotes, serpentões, pífanos e tambores; isto da infantaria; a
cavalaria tratava ou galopava somente ao som
de trombetas e atabaques. Mais tarde as charamelas foram substituídas por clarinetas e oboés, juntando-se-lhe também os tambores.
Pode-se dizer que a primeira banda
militar brasileira, assim organizada como conjunto, se apresenta em 1808 com a vinda da família
real para o Brasil, que depois vai dar origem a Banda dos Fuzileiros Navais. Ainda no estado de reorganização
das instituições após a chegada do Rei, foram criadas em 1810 as bandas para os regimentos de infantaria e
cavalaria da Corte. Há que se ressaltar o apoio
de D. Pedro I às bandas de música, já que este mesmo era compositor e fagotista. 6
As Seções de Banda do Corpo Musical
entre outras funções, recepcionam as autoridades
de outros países, sendo assim, o arquivo geral do corpo musical possui os hinos de todos os países. E por falar
em hinos nacionais, é importante acentuar que
suas origens estão na música militar, ou melhor, na execução de uma música militar
que fosse reconhecida como evidente de um país, seu símbolo
e identificação. Aqui também
muitos compositores clássicos contribuíram e o mais conhecido destes casos é o Hino Nacional Alemão, que é uma
melodia de Joseph Haydn. No Brasil
este contexto não é diferente. Nosso hino nacional é de autoria de um dos mais notáveis compositores do
século XIX, Francisco Manuel da Silva, que deixou
outro grande número de composições. Além de Francisco Manuel, diversos outros compositores brasileiros escreveram músicas para bandas militares
e deixaram um rico patrimônio para esta formação.
A banda de música foi uma das instituições musicais
mais presentes e populares
no Brasil durante o século XIX, contribuindo para a formação de músicos para as
orquestras (SALLES, 1985, p.11).
Segundo CANNUS (1976, p.3), a música
dentro dos quartéis possui quatro funções inter-relacionadas:
A – Desenvolver o espírito de corpo e o moral da tropa; B - Auxiliar nas tarefas de campo;
C - Prover com música cerimônias militares;
D - Prover com música atividades sociais
e recreativas.
As Seções de Banda atendem
às necessidades da caserna (interior
do quartel). Além da pompa que
a banda de música militar proporciona aos eventos de caserna, ela estreita
os laços entre uma corporação militar
e a sociedade civil.
![]() |
6Informações
retiradas do site http://www.defesa.ufjf.br/fts/musicamilitar.pdf, em 15/09/09.
Desde a fundação da banda de música da
Polícia Militar, as seções de banda têm abrilhantado os eventos aos quais se faz presente,
atendendo tanto às cerimônias
no âmbito militar tais como, recepção de autoridades, desfiles militares e execução
de hinos à pátria bem como diversas
festividades organizadas pela sociedade em geral, tais como: escolas,
universidades, câmara municipal, assembléia legislativa, entre outros.
Segundo MEIRA (2000, p.35), as bandas de
música tornaram a forma atual no século XVIII, quando Handel,
músico alemão radicado na Inglaterra, Keiser,
alemão e Pugnani, italiano, mas com permanências em Paris e Londres,
ampliaram, entre outros, o repertório de marchas militares. Nos
Estados Unidos surgiu, em 1799,
a American Marine Band. A formação de músicos militares na França, Bélgica, Áustria, Estados Unidos, Alemanha, é bem
cuidada, existem escolas de aprendizes de música
militar.
MEIRA (2000, p. 41), a partir da
Revolução Francesa, as bandas militares tiveram
uma forte projeção e destaque sendo prestigiadas por vários compositores, inclusive, Beethoven. Compositores famosos
passaram a enriquecer os repertórios da
música militar. Poderia citar por exemplo: A marcha da Ópera Tanhauser de Wagner.
Strauss (pai) não deve ser esquecido pela famosa e vibrante marcha
Radetzky (Joseph Wenceslau
Radetzky 1766-1858), que homenageou seu compatriota
Marechal-de-Campo e Conde, vencedor dos italianos na Batalha de Custozza (1848). Radetzky deixou o serviço
ativo em 1857, com 91 anos de idade e 73
anos de caserna.
As Seções de Banda ensaiam na rua Jorge
Miranda, 367 – A - Luz –São Paulo.
Temos hoje no Corpo Musical duas seções de banda, a 1ª e a 2ª, o maestro da 1ª seção é o 2º tenente Mus PM David
Serino da Silva e o da 2ª é o 2º tenente Mus
PM Jassen Feliciano, sendo que cada seção conta com 20 componentes. O emprego
das seções de banda junto a comunidade e solenidades militares
é estimado em aproximadamente
150 apresentações mensais, procurando com isto
engajar-se à filosofia do comando da corporação visando a integração da
população e polícia.
2.3
CORAL MASCULINO
Figura 23: Coral Masculino
Fonte: Centro
de Comunicação Social
do Corpo Musical,
1997
Segundo DELLA MÔNICA (1975, p.102-103,
109), o Coral da Guarda Civil nasceu
da vontade de cantar em conjunto. Os idealistas foram: Mauro Feliciano, Salvador Bianco, Celsino Soares do
Nascimento, que solicitaram permissão e os ensaios
começaram nas dependências do serviço de fundos. Em outubro de 1962 tudo estava bastante
adiantado. Salvador Bianco usava o cavaquinho para a afinação. Eurípedes Rodrigues, que regia o Coral da penitenciária, foi convidado para tomar parte. Altemiro de Morais,
pianista, chegou logo depois. Os ensaios continuavam
pela boa vontade dos músicos. No velho prédio do Martinelli, tinha, o Coral, sua sede pela qual pagava a
locação. José Maurício da Silva regia quando o
tempo lhe permitia. Em 1963 o recém-criado Coral apresenta-se em
emissoras de rádio e canais de
televisão. Gravou também um compacto em homenagem à cidade de Salto. Em 1965 o Coral continuava com
seus sucessos. Com 25 coristas divididos em 1º e 2º tenores e 1º e 2º baixos.
Sem grandes pretensões, mas que foi crescendo.
O maestro Mincarelli chegou ao posto de inspetor-chefe de divisão e dispensou melhores atenções ao Coral,
deu-lhe um diretor efetivo, o atuante guarda
de 1ª classe José Minczuk, que realizou um trabalho digno de elogios.
O Coral Masculino da Polícia Militar
desempenha um papel importante na sociedade brasileira
cantando em quartéis,
igrejas, escolas, universidades, velórios,
favelas, entre outros. O Coral realiza seus ensaios na Rua
Jorge Miranda, 367-A, Luz. Atualmente
o Coral conta com 20 componentes, e é divido nas seguintes vozes: 1º tenor (melodia), barítono (contralto),
2º tenor e baixo. Dentro de cada voz existe a
divisa de vozes, por exemplo,
no 1º tenor, 1ª e 2ª voz. O 3º Sgt. PM Nazareth e o Sd. Budai são os atuais tecladistas do
Coral, e o 2º Ten. MUS PM Ismael é o regente. Com a chegada
do Tenente Ismael e do Soldado Budai, houve uma reformulação do repertório do Coral, com a confecção
de novos arranjos.
O repertório do Coral passa
por músicas eruditas, populares, sacras, música francesa, italiana, alemã, brasileira, hinos
pátrios, além do repertório que realiza junto à banda sinfônica. Além do teclado e da banda sinfônica, às vezes o Coral também é acompanhado pela camerata e seções
de banda.
O Cabo Moacyr, integrante mais antigo do
Coral, participou do mesmo de 10 de
outubro de 1984 à 08 de setembro de 2009, estando atualmente em um setor administrativo do corpo musical,
o setor de relações públicas,
por motivo de enfermidade.
O Cabo Moacyr nos conta que na década de 70 o Coral acabou, mas foi solicitado para um evento pela esposa do Governador Laudo Natel, sendo informada pelo regente do Coral, José Minczuky, o que havia ocorrido, imediatamente foi solicitado ao comando da
polícia militar que reunisse todos os integrantes
do Coral para participarem do evento. Os componentes do Coral que estavam em outras unidades e alguns neste
dia estavam escalados no estádio do Pacaembu, foram reunidos
para o evento e o Coral foi
reativado.
Por ocasião da visita do Papa João
Paulo II ao Brasil em 1980, o Coral participou
da missa no campo de marte, assim como do grande coro em 2008 com a vinda do
Papa Bento XVI.
Em 08 de outubro de 1993, o Coral
juntamente com a sinfônica, viajou para Resende
no Rio de Janeiro para realizarem um concerto sinfônico em comemoração aos 80 anos da banda de música da
Academia das Agulhas Negras. No mesmo ano, à 19 de outubro,
participou de solenidade no Memorial da América Latina,
na semana da asa, juntamente
com a banda sinfônica do Estado de São Paulo, banda sinfônica da Aeronáutica e sob a regência de Diogo Pacheco. Em
23 de julho de 1994 no Vale do
Anhangabaú, participou de homenagem à alguns jogadores da seleção, após conquista do tetra.
No dia 01 de fevereiro de 1996, assume o
Coral o 2º Ten. MUS PM Renato Maximiano, atual comandante do Corpo Musical,
deixando a regência
do Coral em
04 de março de 1998 para ser maestro assistente da
sinfônica. Neste período o tenente
Renato tentou transformar o Coral masculino em Coral misto, agregando 05 policiais femininas ao Coral, a saber,
Sgt. Magda, Cb. Débora, Cb. Sido, Sd. Stela e
Sd. Ester, a experiência não deu certo.
O Coral participou em 07 de abril de
1997 na Assembléia Legislativa de solenidade que visava oficializar o dia do Corpo Musical
da Polícia Militar
por proposta do Deputado
Erasmo Dias.
Em 21 de julho de 1999 assume o Coral o
2º Ten. MUS PM Nascimento. O Coral
participou em 01 de agosto de 1999 do concerto de encerramento do VII Festival de Artes de Itú, juntamente com o
Coral adventista de São Paulo, Coral do VII
Festival de Artes de Itú, Coral vozes de Itú, sob a regência do Cap. MUS PM Antonio Carlos Martins Fernandes e do
Maestro Fábio Gomes de Oliveira.
Assume o Coral em 26 de junho de 2001 o
1º Sgt. Clébio de Azevedo, sendo promovido
à 2º
tenente por concurso
em 26 de março de 2002.
O Coral participou de vários
encontros de corais no estado, assim como participa
todo ano da Páscoa dos Militares e da Páscoa Florense no Tribunal de Justiça,
direcionada ao judiciário. Participou em concertos
com o Coral lírico paulistano e o coro da OSESP. No Solar da Marquesa
de São Vicente, acompanhado pela camerata, o Coral cantou
no Pátio do Colégio com a presença
do governador Cláudio Lembo, na Semana da Pátria, oportunidade em que o
Sd. Budai foi condecorado com a medalha
Jubileu de Brilhante pelos arranjos
feitos.
No período compreendido entre 27 de
junho de 1990 à 27 de junho de 1998 o Coral
realizou 09 bodas de ouro, 15 bodas de prata e 363 casamentos. Entre 28 de junho de 1999 à 27 de junho de 2002 o Coral realizou 14 bodas de ouro, 18 bodas de prata
e 538 casamentos. 7
![]() |
7 QUINTELLA, Edmilson Dias. Chefe do Centro de Comunicação Social do Corpo Musical. Arquivo
Pessoal.
2.4
CAMERATA
Figura 24: Camerata
Fonte: Centro de Comunicação Social
do Corpo Musical,
1997
A Camerata do Corpo Musical participa de
solenidades oficiais em batalhões, hospitais, escolas
(concertos didáticos), universidades, entre outros. O local de ensaio
da Camerata é na Rua Jorge Miranda, 367 – A, Luz - São Paulo. A Camerata atualmente é composta por 7 instrumentos,
a saber, 3 violinos, 1viola, 1violoncelo. 1contrabaixo
acústico e 1 oboé. O repertório da Camerata vai do erudito ao popular, passando pelos hinos pátrios e sacros. Conta com composições de renomados
autores, tais como, Mozart, J. S. Bach, Beethoven, Haendel, Henry
Purcell, Tom Jobim, Elvis Presley,
Roberto Carlos, além de músicas arranjadas para acompanhar o Coral Masculino, como por exemplo,
Caçador de Mim de Luis Cunha de Sá e Sérgio Negrão, com arranjo
do Sd Reginaldo Budai, e também Canto Della Terra de
F. Sartori e L. Quarantotto
com arranjo do Budai.
A história da Camerata começou
em dezembro de 1996, quando o Sd Medeiros,
violinista, apresentou-se no Corpo Musical. Na época não havia nenhum grupo de cordas no CMUS, então ele se
apresentou na Seção de Banda, onde ficou por 08 meses tocando
percussão na regência
do Ten. Ezequiel, atual Sub- Comandante
do Corpo Musical. Nesse período, o Cb. Joel, que tocava bombardino, deixou de tocar por ter participado de uma
ocorrência, em horário de folga, e ter sido
alvejado com um tiro, sendo assim começou a estudar violoncelo. O Sd
Medeiros e o Cb. Joel começaram então a fazer alguns duetos (violino/violoncelo), o Cap. Fernandes, Comandante do Corpo Musical, ouvindo
eles estudarem gostou e determinou que a partir de então eles ficariam
apenas ensaiando os duetos, sendo
isto feito por 02 meses, o Cap. gostaria de colocá-los na
Banda Sinfônica, não sendo possível.
Nesse período o Sgt. Oliveira, clarinetista da Seção, estava estudando viola, foi então que o Cb. Joel propôs ao Comandante a formação de um trio (violino/viola/violoncelo), foi autorizado e ficaram ensaiando
por 04 meses aparecendo nesse ínterim o Sd Diógenes,
estava então formado
o quarteto. Apareceu então o primeiro serviço, no
Jóquei, em setembro de 1997, era recepção ao
Príncipe (neto de D. Pedro I). No final de 1997 apresentou-se no Corpo Musical
o Sgt Roda (violino), integrando a
Camerata e logo no início de 1998 deixou o Corpo Musical o Sd Diógenes, nesse mesmo ano a Camerata apresentou-se
na Escola de Formação de Soldados em
Pirituba, sendo acompanhados no teclado pelo Aluno- Soldado Reginaldo Budai, que estava terminando seu curso. Após
ter se formado o Budai fez estágio no
5º Batalhão e logo em seguida veio para o Corpo Musical, integrando a Camerata. Após alguns ensaios mostraram para o
Comandante a nova formação (2
violinos, 1 viola, 1 violoncelo e 1 teclado), com uma novidade, o Budai acrescentou nessa formação o computador, o
Comandante aprovou. Nesse ano (1998),
a Camerata foi convidada para mais um serviço no Terraço Itália, era o I Congresso Internacional de Polícias
Comunitárias, oportunidade em que a Camerata
apresentou um poutpourri de hinos pátrios, mais precisamente os
principais trechos dos hinos de 24
países. A partir dessa apresentação a Camerata passou a ser mais reconhecida e requisitada. Apresentava-se
no Corpo Musical o Sd Volpato (violino) e o
Sd. Chatis (Contrabaixo-Acústico), foram para a Camerata, sendo que o Sd Chatis ficou apenas alguns meses e pediu
transferência. No ano de 1999, o Comandante,
no intuito de concretizar de uma forma eficaz o seu projeto (criar a
Camerata), tirou o Sgt Esquivel
(contrabaixo) da Banda Sinfônica e colocou na Camerata. Nesse mesmo
ano a Camerata apresentou-se no hall do Tetro São Pedro em recepção aos convidados, entre os ouvintes estava o
Maestro Fábio de Oliveira, 1º secretário da Sala
São Paulo, que gostou muito da apresentação á ponto de convidar os pessoas da Camerata para uma reunião na Sala São
Paulo, onde foi apresentado um projeto em
benefício dos músicos, estudar no Conservatório de Tatuí, com a permissão do Comandante o projeto pode ser realizado,
sendo assim todos eles foram estudar em Tatuí,
iam para lá toda 2ª feira,
estudando no Conservatório
das 08 ás 18 horas.
A Camerata tornava-se uma realidade e o Comandante Geral da Polícia
Militar, Coronel Rui César Melo, criou juntamente com sua esposa, um
carinho muito grande pelo grupo, e passou a convidá-los para vários eventos
do comando. Os
pedidos para apresentações da Camerata começaram a
crescer e com isso foi preciso que o Cmt. do Corpo Musical
indicasse um Oficial Maestro para reger a Camarata,
foi então que em 2002 o Ten. Ismael assumiu a regência deste grupo. O Cb. Joel Carvalho (violoncelo), foi
promovido à 3º Sgt e precisou sair do Corpo Musical,
o Sd Volpato (violino), por conveniência própria, foi transferido para outro batalhão, o Subtenente Elias de Oliveira
(viola), mudou-se para a Polícia Rodoviária e
alguns anos depois veio a falecer.
Em 2004 apresenta-se no Corpo Musical
o Sd Chioca (contrabaixo), integrando a Camerata, ficando assim a
Camerata com 02 contrabaixos, o Cmt. então
fez com que o Sgt. Equivel retornasse à sinfônica. No mesmo ano o Sd Isaías que tocava flauta na Seção foi destacado
para a Camerata. Chegava o ano de 2005, no mês de março apresenta-se no Corpo Musical
o Sd Pontes (violino), à princípio foi apresentado na Seção de Banda, pois
também tocava bombardino, ficou por apenas
03 meses, fez um teste na Camerata e foi aprovado, sendo hoje o 2º violino deste grupo. Em uma apresentação na
Receita Federal a Camerata foi presenteada com
uma viola e o Sd Isaías que era o flautista da Camerata se interessou e começou a estudar a viola, no
ano de 2006 apresentam-se os Soldados
Leme (violoncelo) e Pereira
(violino), sendo que o Sd Pereira pediu afastamento da Polícia, o Sd Clébson (oboé), integrou o grupo em
2007, e o último a chegar foi o Sd Fernando
(violino). Atualmente a Camerata tem a seguinte formação:
2º Ten. MUS PM Ismael - Maestro Sd Isaque
Miguel de Medeiros - 1º
violino Sd Wagner Pontes - 2º violino
Sd
Fernando Pereira - 3º violino
Sd Isaías dos Anjos - viola
Sd
Davi Leme -
violoncelo
Sd Paulo César Chioca -
contrabaixo - acústico Sd Clébson Fernandes - oboé
2.5 JAZZ BAND
Figura 25: Jazz Band
Fonte: Centro de Comunicação Social
do Corpo Musical,
1997
Segundo
DELLA MÔNICA (1975, p. 71- 81; 96), o Jazz Band do Corpo Musical, foi criado a 25 de maio de 1927,
pelo então Comandante Capitão Salvador Chiarelli, com músicos da banda, participando de vários festivais
e angariando fundos para o hospital da Cruz Azul. Em
1941, o maestro Raul de Toledo Galvão, de volta
de Nova Iorque, onde permaneceu 10 anos, sempre no meio artístico-musical, foi convidado para reorganizar o Jazz Band.
O maestro Galvão nasceu em Itú no ano
de 1899 e fez, no Colégio São Luis (Jesuítas), os primeiros estudos de piano e órgão. O Jazz Band era composto dos
melhores músicos da banda. Galvão possuía um
repertório na sua maioria, de procedência norte-americana. No ano de 1956 assume a
regência da Jazz Band o Subtenente Albertino Cassetari.
A atual formação
do Jazz Band, estabeleceu-se em 1991, quando da retomada
das atividades do conjunto, passando
seus integrantes a realizar o levantamento
e pesquisa dos primeiros repertórios quando da fundação do conjunto, além de novos arranjos.
O repertório
do Jazz Band abrange os mais variados gêneros da música,
como por exemplo:
Look What I Found -
composição e arranjo
de Sammy Nestico;
Mam
– Bop – composição de Arturo Sandoval; Groovin’
Easy – composição de Sammy Nestico; Never On Sunday
– arranjo de Quincy Jones;
Garota
de Ipanema – música de Antonio Carlos Jobim;
Naquela Estação – C. Veloso/J. donato/R. Bastos; Aquarela do Brasil – Ari Barroso.
Esses são alguns exemplos do repertório
do Jazz Band. O conjunto tem participado
de várias apresentações de caráter interno e externo à Corporação, além de atuar
em programações culturais ligadas
a entidades públicas e privadas.
A Jazz Band é
dividida nos seguintes naipes:
05 saxofones, sendo 02 altos, 02 tenores e 01 barítono;
04 trompetes;
04 trombones;
01 teclado;
01 contrabaixo elétrico;
01
bateria americana; Acessórios.
CONCLUSÃO
A presente
pesquisa teve como objetivo
principal registrar o processo
de criação do Corpo Musical, assim
como divulgar o trabalho por ele desenvolvido,
considerando que há pouca obra literária
sobre o assunto.
Utilizamos informações contidas no livro
da folclorista Laura Della Mônica, do Coronel
do Exército Antonio Gonçalves Meira e do Capitão da Polícia Militar Jair Mellone,
entre outros.
Com isso, constatou-se que, apesar dos
152 anos de existência, o Corpo Musical é pouco conhecido
por grande parte do público
interno e externo.
Constatou-se ainda que o Corpo Musical possui um rico acervo de
partituras, sendo um dos maiores da
América Latina, e possui um acervo discográfico com 62 discos, sendo a primeira gravação realizada em
1895, assunto esse que deverá ser tratado posteriormente.
É necessário
que o Corpo Musical faça um entrelaçamento maior com a comunidade, como por exemplo, o projeto
Música na Praça, realizado todas as sextas-feiras ás 12:30 horas na Pça. Coronel Fernando
Prestes, localizado na Estação
Tiradentes do Metrô, projeto esse que tem atraído a atenção do público em geral.
A pesquisa proporcionou a relação de todos os comandantes do Corpo Musical, desde o primeiro Major Antão Fernandes até o atual Capitão
Maximiano.
Esperamos que essa pesquisa colabore com
a divulgação do Corpo Musical no
cenário cultural do Brasil, com divulgações através de seus grupos e de suas discografias.
Deixamos para o comando a necessidade de
se catalogar todas as partituras para
a preservação desse patrimônio, assim como a digitalização do seu acervo discográfico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livros
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